Tem que colocar no berço, para ter autonomia!
Tem que deixar chorar senão ele nunca terá autonomia!
Tem que deixar comer se sujando para ter autonomia!
Ele já tem 5 anos, tem que ter autonomia de se limpar sozinho!
Tem que ter autonomia de dormir fora sem os pais!
Tem que fazer a lição de casa com autonomia!
E por aí segue.
Mas como é que constrói o caminho da criança até essa tal autonomia? Será que todos sabemos o que é autonomia e quando pode ser exigida?
Consideremos o conceito de autonomia:
" Etimologicamente autonomia significa o poder de dar a si a própria lei, autós (por si mesmo) e nomos (lei). Não se entende este poder como algo absoluto e ilimitado, também não se entende como sinônimo de auto-suficiência. Indica uma esfera particular cuja existência é garantida dentro dos próprios limites que a distinguem do poder dos outros e do poder em geral, mas apesar de ser distinta, não é incompatível com as outras leis." (fonte:http://www.pucrs.br/edipucrs/online/autonomia/autonomia/capitulo1.html)
Toma-se a palavra Autonomia, por auto suficiência, por condição de dar conta de si mesmo.
Autonomia tem muito mais a ver com a capacidade de auto regulação diante de uma questão, do que de suficiência. Invoca nossa responsabilidade de ação diante de uma decisão, invoca nosso poder de discernir entre as diversas possibilidades e escolher a adequada, ou seja de determinar nossa lei e de realizá-la.
Uma capacidade, sem dúvida que demora um número de anos para se alcançar.
Então o que desejamos tanto dos bebês e das crianças pequenas? Desejamos que tenham auto suficiência em algumas competências e que gradualmente desenvolvam sua capacidade de autonomia, para que na entrada da adolescência sejam capazes de determinar o que é adequado ou não para si e para sua ação no mundo, em algumas coisas básicas.
Ser auto suficiente, no entando, implica em uma trajetória não apenas de treinamento, mas de ganho de segurança, confiança e estima.
No colo da mãe, no peito, no afago, na mão dada, no carinho das palavras, na receptividade do olhar, o pequeno ser humano faz alicerce para sentir-se capaz de dar conta de si nas coisas básicas da vida. Higiene, trocar-se de roupa, solicitar alimento, montar brinquedos e brincadeiras, aprender a escrever, ler, ter habilidades motoras e orais.
Nada mais difícil, do que superar dor, medo, angústia de separação, sensação de abandono e ainda ter que adquirir novas habilidades para agradar os adultos.
Temos que rever nossos conceitos sobre o tema, melhorar nossos conhecimentos e mais que tudo, rever as expectativas que trazemos de avô para pai e pai para filho sem avaliação, contextualização e verificação de pertinência.
Evolução não é arrastar as tradições do passado para frente sem sequer pensar sobre elas. Evolução é inovar sobre elas.
Bons ventos!
Márcia
Nada mais difícil, do que superar dor, medo, angústia de separação, sensação de abandono e ainda ter que adquirir novas habilidades para agradar os adultos.
Temos que rever nossos conceitos sobre o tema, melhorar nossos conhecimentos e mais que tudo, rever as expectativas que trazemos de avô para pai e pai para filho sem avaliação, contextualização e verificação de pertinência.
Evolução não é arrastar as tradições do passado para frente sem sequer pensar sobre elas. Evolução é inovar sobre elas.
Bons ventos!
Márcia
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