Um experiência curiosa


Certa vez quando eu atuava como professora de educação fundamental numa escola particular de São Paulo, minha assessora educacional na época, Anamélia Bueno Buoro, propôs uma intervenção curiosa aos trabalhos de modelagem de meus alunos de primeiro ano.
Após modelar um bloco de argila, com a imagem baseada em um brinquedo trazido de casa, deveriam derrubá-lo ao chão e deixar que este gesto se imprimisse à sua criação.
Vencida a resistência inicial,munidos de seus receios e seus trabalhos recém modelados, todos postaram-se em fileira e ao final do "um, dois,três!" lançaram seus tesouros criativos ao chão!
Surpresa e incômodo com o resultado.
De repente a perda de controle sobre a criação com o gesto inusitado, descompensou o criador, obrigando-o a adaptar-se à nova situação, reinventando sua própria invenção.
A conversa a seguir começou com relatos de surpresa e incômodo, mas cresceu aos poucos e trouxe conceitos de controle e descontrole, poder sobre o que se cria, e a estética do trabalho como perfeita e imperfeita.
A partir desta curiosa experiência, pudemos pela primeira vez discutir a questão de que "a estética supera o esteta", e a arte se torna capaz de transpor os muros do tempo e tornar-se grandiosa para aqueles que nunca conheceram sequer seus criadores.
E surgiu no primeiro ano, a linha do tempo da arte, as artes figurativas, abstratas, surrealistas, contemporâneas..

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